terça-feira, 24 de setembro de 2013

Caminho Francês - DIA 3

Segunda, 9 de Setembro.
Finalmente, céu azul.
Avizinhava-se a etapa mais longa desta aventura, 132 km.
Depois de uma merecida noite de descanso, devido ao rompe pernas do dia anterior, aproveitamos para darmos uma volta por Viana, que se mostrou uma terrinha cheia de encanto e com um patrimônio vasto.
De Viana até Logroño, foram somente 10km, percorridos a bom ritmo, dada os trilhos que tínhamos à nossa frente.
Logroño, ao contrário da minha ideia, não sei porque tinha esta ideia, é uma grande cidade, muito bonita, banhada pelo rio Ebro.
Logroño.



A identificação do caminho, está exemplarmente marcado com sinalética própria da cidade. Depois do carimbo da praxe, decidimos ir em busca de uma loja de bicicletas, tínhamos referenciado várias durante o percurso, para comprar uns calços extras, uma vez que as descidas eram longas, longas, longas.
Não foi difícil encontrar a loja, pois ficava relativamente perto do caminho seguir.
A saída de Logroño, é magnífica. 
O caminho percorre um imenso e bonito parque da cidade com kms e kms de ciclovias. Especial destaque para a zona do lago, com uma vista fabulosa e com fauna e flora em abundância.
Navarrete
Até Navarrete, o caminho foi praticamente todo realizado dentro deste parque sempre acompanhados de sombra e muitas pessoas.
Em Navarrete, encontramos uma igreja absolutamente fabulosa, com especial destaque para o seu majestoso altar em talha dourada. Muito bonito.
Os kms seguintes foram percorridos em caminhos rurais num contante sobe e desce até chegarmos a Nájera.
Nájera, depois de atravessar o rio, foi verdadeiramente construída com a destruição de parte de uma escarpa, dando um excelente pano de fundo à cidade.
Pausa para um cafézinho, apreciar as vistas e  toca a subir a dita escarpa.
Uma subida relativamente curta, mas ainda assim bastante dura.
A partir daqui, o dia passou a ser um monótono percorrer de caminhos rurais, num constante sobe e desce, apenas interrompido pela passagem pela bela terra de Santo Domingo de la Calzada.
A paisagem de grande parte do dia
Depois de uma pausa tardia para almoçar qualquer coisa, a tarde continuou na mesma monotonia, em termos de trilhos e paisagem, apenas interrompida pela passagem por algumas pequenas povoações.
A tarde tornou-se quente e a necessidade de água era muita, porém, se há coisa que não falta durante o caminho é água, pois em todas as terrinhas existe sempre bica pronta para saciar a sede dos peregrinos. Os kms iam passando e as pernas começavam a acusar o esforço, mas realmente, pouco existe para ver, sendo que o melhor é aproveitar para avançar bem no caminho.Pouco a pouco, lá nos fomos aproximando de Burgos passando por Belorado e e St. Juan de Ortega, sempre a subir.
Finalmente, Burgos, grande e bela cidade.
A primeira preocupação foi procurar dormida, e é nestas altura que um smartphone se torna útil. Procuramos, reservamos e fomos acolhidos num excelente hotel, outra vez em conta, mesmo no centro de Burgos, a 200 mt da imponente catedral de Burgos.

A segunda preocupação, foi encontrar uma loja de bicicletas, o que também não foi difícil, para trocar 2 raios da minha roda da frente que tinham dado o berro.
Jantar, passear, dormir.
De referir, que em todas as cidades onde dormimos, comemos muito bem e barato, pois em todos os sítios temos o "menu peregrino" com direito a 1º e 2º prato, bebida e sobremesa, tudo por €10/12.
Venha a próxima.

Resumo do dia:
Viana - Burgos
132 km
1700 mt de acumulado
Média de 16 km/h
0 assistências em viagem.
1 avaria.

PS - Amanhã publico o Caminho Francês - DIA 4

4 comentários:

Martinho disse...

De facto 8 dias para 850 Kms é mesmo muita violência.

Independentemente dessa questão, o que estou a perceber é que é um percurso fantástico para ser pecorrido por um grupo maior.

Muito bom...

Aguardo as próximas crónicas, e obviamente as fotos...

Delio disse...

Martinho,

Em relação a fazer o caminho, sem dúvida, podem colocar como uma das coisas a fazer durante a vossa vida.(esperem pela minha conclusão para saber porquê)

Efectivamente, 8 dias é pouco tempo.
O melhor será, no mínimo, 10/12 dias para fazer o caminho. O problema aqui, muitas vezes prende-se com a disponibilidade desses dias para o fazer.
Na minha opinião, e depois de o ter feito, um grupo grande não será a melhor ideia.
Um grupo grande, está sempre sujeito a mais problemas/avarias, é preciso escolher muito bem "as pessoas", por uma questão de feitios ( a saturação pode acontecer, e aí, a paciência desaparece ).

Abraços.

Mano Rui disse...

Tal como esperado o meu mano vai manter-vos de sorriso nos lábios ; e alguma inveja...; durante os próximos relatos.
Não tendo sido fácil não foi difícil. O Caminho Francês é sem dúvida uma experiência formidável que apetece repetir.
concordo em absoluto com a opinião do Délio no que toca a "um grupo grande". Creio que não iria resultar da melhor maneira.

Mano Rui disse...

Acrescento que sem dúvida a melhor opção para a bagagem é uma mochila. (Subentenda-se parcimoniosamente escolhida e fornecida,6-7 kg no máximo)
Desse modo não há os problemas inerentes aos alforges, eu que o diga, e a diversão nos trilhos é muito maior sobretudo a descer e creiam que as descidas são fabulosas!