Caminho Francês - DIA 4

Terça, 10 de Setembro

Mais um dia de céu azul.

Hoje era dia de mais uma etapa longa e rolante, esperavam-nos cerca de 130 km.

Depois de muito bem dormidos e de um bom pequeno almoço, preparamos tudo para sair e no momento em que montava-mos as nossas binas, tivemos de socorrer uma "dama" que nos pediu para lhe encher o pneu. Boa acção do dia feita, agora era só aventura !!! Ah!Ah!Ah!

Aproveitamos para ver a catedral de Burgos, majestosa e imponente no seu estilo Rococó. 

A saída de Burgos, à imagem da de Logroño, é realizada através de jardins e ciclovias da cidade.

Saída de Burgos.

Saídos da zona urbana, começamos a pedalar em zona rural, percorrendo caminhos rurais, sempre ladeados por campos de cereais, girassol e beterraba.

Solidão! A "imagem" de um peregrino. 

O percurso até CastroJeriz, manteve estas características , com variações de altitude ligeiras, permitindo aquecer as pernas e manter um bom ritmo.

Depois de Hontanas, o caminho de terra batida deu lugar a um single divertido com algumas pedras à mistura, que ajudou à diversão.

Durante esta parte da etapa, partilhamos os trilhos com um peregrino espanhol que já vinha desde Barcelona de bicicleta.

Depois do referido single,  a aproximação a Castrojeriz, foi feita em asfalto, tendo como ponto alto a passagem pelas ruínas do "Convento de San Antón, que é atravessado pela estrada. Local muito bonito.

 Castrojeriz, "pueblo" muito agradável, dominado pelo seu castelo altaneiro e pela sua catedral, convertida em museu,  que nos recebe logo à entrada.

Entrada em Castrojeriz

Aproveitamos para abastecer de água, e logo que saímos de Castrojeriz, somos brindados com a maior dificuldade do dia.

Uma subida, dura, com uma pendente assinalável e com um piso escorregadio devido à areia existente.

No topo desta subida, foi tempo de fazer uma pausa, pois encontramos um peregrino que fazia "o caminho" acompanhado pelo seu fiel burro.

Duas e treta, é nada mais típico para o reforço alimentar de um espanhol. Pão, azeite e presunto.

Uma bem merecida pausa ... para os dois!

Rumamos até Fromista, sempre mantendo a paisagem anterior, que ao contrário do dia anterior não se tornou monótona, devido ao imenso horizonte.

Montes de pedras, feitos pelo peregrinos.

A aproximação a Fromista, é acompanhada por um grande canal de água, o "Canal de Castilla", que serve de principal fonte de regadio a todos estes vastos campos agrícolas.

Fromista é uma vila pequena, onde aproveitamos para almoçar e ao mesmo tempo, despachar o alforge de guiador do Rui, cujo suporte já não se segurava só com os zipos.

Existem alguns albergues com parceria com a Bike Line e com a Bicigrino, que permitem despachar encomendas, bicicletas e gajos fo#&idos dos joelhos, para casa, de uma forma muito simples e rápida.

Canal de Castilla .

Uau !!! bela foto!

Entre Fromista e Carrion de los condes rolamos exclusivamente em asfalto, 19km em rectas imensas, com pouquíssimo movimento.

Seguimos caminho até Carrión de los Condes, onde tivemos o único engano de toda a peregrinação devido a uma seta colocada à porta da igreja local que nos levava somente para um albergue particular. Cabr%$@!!!

Em algumas povoações mais pequenas, que vivem somente do "Camiño", por vezes a profusão de setas para o albergue, para o bar, para o  café, cria alguma dúvida e alguma confusão.

Meia hora perdida para regressar ao caminho correcto.

Ainda tentamos pedir ajuda a 2 velhotes, mas estão mesmo a ver, cada um dava um caminho diferente e melhor que o do outro !!! Ah!Ah!Ah!Ah!

Lá encontramos o caminho e deixamos para trás esta terra Carrión de los Condes.

Saímos por estrada, e logo depois entramos num caminho de terra que parecia não ter fim.

Foram 12 km, a pedalar numa recta "quase perfeita", sem nada para ver nem admirar.

A única parte arborizada
da imensa recta de 12 km

Pedalamos a bom ritmo, pois o percurso não apresentava grandes dificuldades, e a única coisa que nos impedia de ir mais rápidos era o que estava para trás e o que ainda nos faltava desta aventura.

Chegamos a Sahagun, debaixo de uns ligeiros pingos de chuva, que serviram apenas para assentar o pó.

Sahagun, não fazia ideia, é o centro geográfico do "Caminõ" em terras espanholas. Entenda-se, Roncesvalles a Santiago de Compostela.

Arranjamos quarto no primeiro hostal em que entramos e acabamos por jantar também no restaurante do mesmo hostal.

Mais uma vez, dormida e um bom jantar para os dois por meros 60€.

No final ainda tentamos dar uma volta pela vila, mas o frio era tal, que fomos recambiados para o quarto mais cedo do que pensávamos.

Estava na hora de preparar a mochila para o dia seguinte e descansar o corpo e a mente, especialmente a mente, porquê amanhã percorremos as imensas e monótonas planícies da zona de León.

Até amanhã.

Abrejos

Sahagun, o " Centro Geográfico do Caminõ ".

Resumo do dia:

Burgos - Sahagun
129 km

900 mt de acumulado

Média de 17.8 km/h

1 assistência em viagem.
0 avaria.

PS - Amanhã publico o Caminho Francês - DIA 5